A nível da podologia existem inúmeras temáticas passíveis de serem debatidas, quer para promover um alerta ou para explicar como é que esta dinâmica de tratamentos funciona.
O tema que procurei abordar é a diabetes e seu impacto nesta área. Um tema que tem vindo cada vez mais a ser explorado e que tem uma grande influência na vida de um indivíduo. Como tal, é importante perceber como funciona.
A diabetes é uma condição séria que pode afetar o corpo todo, sendo que, apesar do elevado número de casos diagnosticados, existe um grande leque de indivíduos na população portuguesa que tem diabetes e não está ciente disso. A doença surge quando a quantidade de glicose no sangue é muito alta e o corpo não a está a utilizar corretamente para a aplicação de energia.
Tendo em conta todos os aspetos que requerem atenção com a diabetes, como a alimentação, a visão e feridas externas, os pés acabam por ser uma área que é negligenciada. Contudo, os problemas nos pés são extremamente comuns e podem ter resultados debilitantes, podendo, na maioria, ser evitados com uma monitorização regular do pé e seus cuidados.
O problema mais comum é a úlcera do pé diabético. Esta é, geralmente, fruto da falta de sensibilidade e/ou fraca irrigação sanguínea numa pessoa com diabetes, podendo ter como causa o elevado nível de açúcar no sangue durante um longo período de tempo, criando uma solução de continuidade (ulcera) ou pequenas fendas a abrir nos pés. Isto porque o fluxo sanguíneo fica reduzido para as extremidades e os danos dos nervos podem inibir a capacidade da pele para se reparar. E podem ocorrer tanto em pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2.
A necessidade de maior atenção em caso de diabetes deve-se ao facto de os indivíduos terem uma degeneração nervosa, ou seja, a função nervosa, denominada de neuropatia, leva a um movimento anormal de caminhada causando maior pressão em certas áreas do pé através da fraqueza ou sensação reduzida de sensibilidade nos pés e membros inferiores. Com um pé instável e insensível aumenta a probabilidade de formação de úlceras e reduz a capacidade do corpo se regenerar.
Temos ainda outro efeito, resultado do fluxo sanguíneo para os pés, que é causado por artérias estreitas e/ou vasos sanguíneos e prejudica a capacidade do próprio sistema imunológico do corpo de curar lesões. Quando uma lesão no pé não se pode regenerar, uma úlcera do pé pode então desenvolver-se e criar uma infecção maior nos tecidos moles e/ou ósseos provocando uma osteomielite (infecção óssea), cuja consequência poderá ser uma possível amputaçao de uma estrutura ou membro.
Outros fatores que podem aumentar o risco de desenvolver uma para o pé diabético incluem tabagismo, falta de exercício, excesso de peso, colesterol alto e / ou pressão alta.
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